Na última segunda-feira (06), a Embrapa Soja e o Instituto de Desenvolvimento Rural (IDR-Paraná) promoveram o Giro Técnico da Soja - Safra 2021/2022 em Mandaguaçu. Evento este, que será realizado em 16 municípios no Estado do Paraná, com o objetivo de promover uma discussão entre extensionistas, pesquisadores e produtores sobre os resultados das boas práticas agrícolas e como essas tecnologias podem ser adotadas na propriedade, principalmente na cultura da soja.
Em Mandaguaçu o evento foi organizado pelo extensionista do IDR-Paraná (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná-Iapar-Emater), o Engenheiro Agrônomo José Sérgio Righetti e conduzido por pesquisadores da Embrapa (Dr. Arnold Barbosa de Oliveira e Dra. Claudine Dinali Santos Seixas) e pelo extensionista do IDR de São Jorge do Ivaí, Engenheiro Agrônomo Eduardo Henrique Lima Mazzuchelli, com a participação de produtores de Ângulo, Atalaia, Flórida, Lobato, Marialva, Maringá, Santo Inácio, Sarandi, além dos de Mandaguaçu, participaram também os engenheiros agrônomos da UNICAMPO - Mandaguaçu e gerentes das agências bancárias do município, Banco do Brasil, SICREDI e Caixa Econômica Federal.
Na abertura do evento o Prefeito Municipal Professor Índio, ao dar boas vindas a todos, destacou a importância do evento e enalteceu o trabalho desenvolvido pelos extensionistas, frisando “O Sérgio é daqueles profissionais que bate o escanteio, corre para a área cabecear e faz um monte de gol”. Foram debatidos o Manejo integrado de Pragas-MIP, Manejo integrado de Doenças (MID), boas práticas para inoculação e cocção em soja e também o manejo de solos e águas. Os pilares dessa iniciativa são a busca por maior rentabilidade e promoção de práticas sustentáveis em uma rede que busca integrar os produtores e difundir tecnologias, por meio de apresentação de resultados obtidos em Unidades de Referência, (URs), instaladas em áreas de agricultores parceiros.
A aplicação do MIP já demonstrou, em safras anteriores, que é possível reduzir pela metade o uso de inseticidas. O MID, por sua vez, diminui em até 35% o uso de fungicidas segundo os extensionistas.Há casos de lavouras monitoradas que completaram o ciclo sem qualquer aplicação de inseticidas ou fungicidas em determinados anos. Tanto o MIP quanto o MID significam economia para o produtor e menor contaminação do meio ambiente por agrotóxicos, já que nas áreas não monitoradas são feitas quatro aplicações de inseticidas e outras quatro de fungicidas.
Segundo Righetti, “O Giro Técnico é uma oportunidade de aproximar a pesquisa, extensão e produtores, discutindo os principais temas ligados à produção de soja no Paraná com base em tecnologias pesquisadas e validadas.” O MIP e o MID permitem reduzir o uso de insumos, sem comprometer a produtividade das lavouras, essas práticas racionalizam o uso de insumos na propriedade. “Os resultados históricos do programa podem contribuir com duas questões muito discutidas na atualidade, que é o aumento nos custos dos insumos e a sua falta, onde o manejo integrado de pragas, doenças, dentre outras, tem possibilitado a racionalização do uso dos insumos”, destaca Righetti. “A outra refere-se à crescente preocupação de agricultores e da sociedade em geral sobre os impactos ambientais da produção de soja, sendo que os resultados demonstram a possibilidade de menor uso de agrotóxicos”, conclui.
De acordo com Righetti foram instaladas duas URs no município, uma na estrada 150 com a colaboração do produtor Antônio Marcos Volpato e família, e outra na estrada Morro do Cipó com a colaboração do agricultor Djalma Volpato e família. Nesta última UR iniciou-se em 2021 uma ação integrada de solo e água, através de um convênio IDR-Paraná e ITAIPU Binacional, com levantamento completo da estrutura do solo e sua capacidade de absorção de água, implantando vários materiais para cobertura do solo.
No final, os participantes participaram de um café da tarde patrocinado pela FAPED/ ITAIPU Binacional, em comemoração ao dia nacional do extensionista rural que se comemora no dia 06. O extensionista rural atua nas áreas social e tecnológica e sua contribuição está na melhoria da produção de alimentos, bem-estar no campo, organização dos agricultores e no impulsionamento do comércio agrícola, contribuindo diretamente para a segurança alimentar e nutricional e para o desenvolvimento do Estado, através da introdução de inovações tecnológicas na produção agropecuária e no processo de transformação da matéria prima em produtos processados, nos limites da agroindústria familiar.
Na área social o extensionista auxilia os produtores na organização de suas entidades representativas como: Associações, sindicatos e cooperativas. Essa contribuição se dá na mobilização dos produtores, definição das linhas de atuação e objetivos que devem orientar a elaboração dos estatutos e regulamentos das entidades representativas dos produtores.
Outra grande contribuição da extensão rural para o desenvolvimento rural se dá no campo do planejamento, elaboração e orientação da aplicação do crédito rural, no financiamento da produção agropecuária e agroindustrial. A presença do profissional extensionista no campo favorece o desenvolvimento social e tecnológico como uma via de duas mãos, leva a inovação técnica, promove a educação profissional rural, na medida que informa e capacita o produtor para a melhoria da qualidade e produtividade agropecuária. E ao mesmo tempo se informa, toma conhecimento dos problemas e limitações da produção agrária e traz para os centros acadêmicos e de pesquisa essas dificuldades para que se encontrem soluções tecnológicas.
Mandaguaçu